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Sua história, nossa história – Ed. Junho – Edson Luchini

Ao receber nossa ligação, Edson Luchini aceitou fazer a entrevista, mas com uma condição: primeiro precisaria checar a agenda para ver se não tinha nenhuma viagem marcada para Nova York ou ir à praia (no meio da quarentena). A brincadeira arrancou risos do repórter, assim como em outras respostas durante a entrevista, em que Edson falou sobre tênis, amizade, família e o tradicional “Clube dos Gansos”. Confira.

REVISTA CLUBE: Vamos começar pelo tênis. Como esse esporte entrou na sua vida?
EDSON LUCHINI: começou em Bertioga, na colônia de férias do SESC. Eu e mais dois, três amigos íamos para lá passar férias com os filhos pequenos. Foi lá que começamos a jogar. Voltando para Jundiaí começamos a jogar na quadra, onde hoje é o estacionamento. Era eu, Djalma, Odair e Navarro. Depois veio mais um, e outro, o grupo foi crescendo. Quando a gente acabou indo jogar no Clube, formamos o “Clube dos Gansos”, que tinha cerca de 25 tenistas. Vários já foram embora, estão lá no céu, ou no inferno, sei lá (risos). Hoje o grupo é menor, tem 15 mais ou menos.

RC: Que história é essa de “Clube dos Gansos”?
LUCHINI: O Navarro que apelidou. Nós começamos a jogar tênis de dupla e ninguém conseguia acertar a bolinha, ficava correndo, mexendo o pescoço para ver onde a bola ia. Então ele disse que parecia um monte de ganso, só mexe o pescoço. O Clube dos Gansos hoje ainda é muito bom, são amigos inseparáveis, a gente se reúne todo fim de semana. Hoje eu tenho uma saúde boa, e muito eu devo à essa vivência no tênis. Você acaba se auto exigindo um pouco de saúde física para poder jogar e isso ajuda muito. Aliás, em Jundiaí, quem joga tênis já ouviu falar dessa turma.

RC: Vocês disputavam campeonatos?
LUCHINI: No começo a gente fazia, mas não tinha intenção de disputar nada, era só recreativo. Há 20 anos eu e o Djalma, que somos sócios também do Tênis Clube aqui em Jundiaí, participamos de um torneio que tinha classe A, B e C. Nós éramos o B, e acabamos sendo campeões. Mas era outro clube, outra turma. Dentro do nosso Clube não, o negócio lá é jogar um pouco, se divertir e depois tomar cerveja. Aliás, a gente fazia muito churrasco depois do jogo, jogava truco, tranca.

RC: “Entre nós aqui”, quem é o melhor no tênis?
LUCHINI: Bom, da turma mais antiga é o Odair e o Altair. Os outros eram mais ou menos iguais. Mas nunca teve isso. O tênis sempre representou muitas amizades, prazer, viagens. Algumas pessoas que não são do grupo, mas conhecem o pessoal, falam que temos uma coisa que muita gente pagaria para ter. É uma turma que convive, que tem confiança, as famílias convivem, é raro.

RC: Muito mais que um esporte, né?
LUCHINI: Sabe aquele termo “esporte faz amigos”? Faz. E com o passar do tempo essa amizade vai se solidificando cada vez mais. E a gente espera até a hora do tchau. É muito gostoso você ter uma turma assim, onde você pode contar com eles, conhece todo mundo, se respeitam, é uma turma de amigos mesmo. Hoje, pessoalmente já estou parando. Jogo um pouco, mas estou sempre junto com o pessoal. Isso aí acho que vai até o caixão, viu?

RC: E desde quando o senhor é sócio do Clube?
LUCHINI: Desde os 14, 15 anos de idade. Meu pai era sócio, eu sempre frequentei o Clube. Comecei a namorar minha esposa lá, fiz bodas de ouro com ela ano passado. Na verdade, eu já conhecia a Maria Cecília, mas não era minha namorada. Conheci ela e até hoje “tô” namorando (risos). Inclusive, minha festa de casamento foi no Clube, na sede central. Naquela época o clube de campo estava no comecinho.

RC: E dessa união vocês construíram uma família.
LUCHINI: Sim, temos duas filhas e um filho. Todos casados e cada um tem dois filhos. Alguns deles frequentam muito o Clube, meus netos. Fazem churrasco, academia. Todos eles moram em Jundiaí.

RC: O que o senhor costumava fazer nos primeiros anos de Clube?
LUCHINI: Dançava muito. Tinha brincadeira dançante, baile. As famílias se reuniam na sede central do clube, tinha as brincadeiras, o baile, a piscina. Sempre teve muita união. Durante esses 40 anos teve muita viagem juntos, casamentos, festas.

RC: Por exemplo?
LUCHINI: Fomos duas ou três vezes em vários amigos pra Caxambu, em Minas Gerais. Teve também Águas de São Pedro e Campos do Jordão. Uma saudade muito boa. A gente ia na casa de um ou outro no litoral. Era uma atividade muito boa porque sempre tinha alguma coisa além do jogo. A gente ia para o Pantanal, Mato Grosso, Amazonas. Até hoje tem gente que vai. Para Argentina também. Pescamos muito. A gente fazia tudo. Era muita festa, sempre foi.

RC: O que o senhor tem a dizer sobre o Clube atualmente?
LUCHINI: Eu chego na portaria e não mostro a carteirinha, o porteiro já me chama pelo número, de tanto que frequento o Clube. Sempre representou coisa muito boa, é a minha segunda casa, né? Quando está aberto, duas ou três vezes por semana eu estou lá, ou jogando tênis, ou no bar batendo um papo e tomando cerveja. É um hábito. Às vezes você está com algum problema na cabeça e vai lá, o ambiente é outro. Tem o lado psicológico também, você extravasa. Hoje sinto muita falta de alguns amigos, isso deixa saudades. Uns seis ou sete que foram embora, mas o que vamos fazer? É a vida.

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